Diogo Horta e Costa, co-fundador da Biodroid, falou com o TeK no dia em que a empresa revelou ter atingido os 5 milhões de downloads com três jogos
para Android e iOS.
A produtora portuguesa foi lançada em 2007 e desde então já desenvolveu vários jogos,
para diversas plataformas, onde se inclui a plataforma Nintendo DS.
Ao TeK, Diogo Horta e Costa, que também é managing partner da Biodroid, explica como têm sido os últimos anos da empresa que querer fazer de Portugal uma plataforma tecnológica ao nível do melhor que existe no mundo.
No dia em que comunica números de download, a tecnológica também desvenda que outros
projetos a empresa tem em curso e que planos tem
para o futuro.
TeK: A Biodroid afirma que quer fazer de Portugal uma plataforma tecnológica ao nível do melhor que existe no mundo. O que nos falta, por um lado, e o que nos permite sonhar lá chegar, por outro?
Diogo Horta e Costa: Para Portugal atingir o objetivo de se tornar uma plataforma tecnológica de excelência precisa de uma vontade inabalável em implementar processos de desenvolvimento muito profissionais, que passam pela coordenação entre a gestão do talento existente com a disciplina de entrega de
projetos nas datas acordadas, e se assim for, conseguimos obter uma rentabilidade muito atrativa
para os nossos investimentos.
TeK: No vosso percurso, até aqui, que passos foram mais críticos
para o sucesso e
para conseguir ganhar destaque num mercado tão povoado de ideias, muitas delas boas?
Diogo Costa: Os passos mais críticos foram sobretudo a coragem
para tomar determinadas decisões, algumas delas com um elevado risco. É preciso nunca desanimar e acreditar sempre que temos uma palavra a dizer na construção do nosso futuro e, finalmente, na coesão e na ligação entre a equipa e as pessoas. O sentido de missão
para provar que somos capazes de competir à escala global com quem for preciso é igualmente importante.
Tek: Já têm parcerias
para desenvolver
para a OUYA e GameStick. No arranque dos
projetos agora em junho já vão ter novidades ou quando será?
Diogo Costa: Posso afirmar que vamos ter novidades muito em breve.
TeK: A propósito destas consolas, como vê toda esta revolução do crowdfunding. Vemos que até empresas consolidadas como a Planetary Resources estão a recorrer a estas ferramentas. No vosso caso já pensaram nisso?
Diogo Costa: O crowdfunding é um dos novos instrumentos de financiamento que existem à disposição das empresas, com a vantagem de haver uma capacidade de julgamento dos
projetos que é sindicada e por isso com maior probabilidade de ter sucesso. Como diz o velho ditado, "várias pessoas a pensar é melhor do que ter só uma" e este é um dos princípios fundamentais da chamada nova economia em "rede", "networking economy" que integra, informação, conhecimento, cooperação e inteligência coletiva. Todas as empresas devem considerar esta nova forma de financiamento nas suas alternativas de captação de investimento.
TeK: É difícil financiar novos projetos? A rentabilidade das apps, no nível que já atingiram, é interessante? Dá
para ir alimentando novos
projetos ou é necessário compensar esse investimento com alternativas?
Diogo Costa: Penso que finalmente Portugal e os agentes económicos em Portugal perceberam que a indústria de videojogos e de aplicações é um valioso contributo
para o crescimento do PIB, devido à fácil capacidade de exportação de bens transacionáveis
para cerca de 140 a 150 países com apenas 2 clicks e com custos de distribuição e de marketing muito inferiores às chamadas indústrias tradicionais. O mundo digital está repleto de oportunidades
para gerar riqueza e criação de emprego altamente qualificado e Portugal tem obrigação de as aproveitar.
A Biodroid desenvolveu um modelo de negócio que permite diminuir o risco e aumentar a capacidade de gerar maior rentabilidade, através da conjugação do desenvolvimento de conteúdos digitais, videojogos e aplicações
para o mercado de consumo e
para o mercado empresarial,
para além de estar a explorar o novíssimo mercado das aplicações
para Smart TV´s e Set TOP Boxes.
TeK: O que pode adiantar sobre novos projetos? Estão a desenvolver novas versões dos jogos mais populares,
para além disso estão a preparar outras novidades?
Diogo Costa: A Biodroid está a desenvolver alguns
projetos especiais que abrangem uma plataforma de realidade aumentada
para o mercado global "made in Portugal" utilizando tecnologia da Qualcomm. Estamos também a trabalhar numa plataforma de "gamificação" com enfoque no mercado empresarial, numa plataforma
para o desenvolvimento de "enhanced e-books" em colaboração com a Pato Lógico e finalmente temos uma parceria com a Mediamotion, com uma marca dedicada chamada Playmotion,
para a área de conteúdos
para o mercado de TV.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Cristina A. Ferreira