Entrevista do Diário Económico aos fundadores da Bydas tendo como pano de fundo o evento Merging 2010.
Texto Original:
Redes sociais são excelente
instrumento para fidelizar clientes
O ‘Merging 2010’ juntou especialistas da indústria criativa na Universidade Católica do Porto.
As empresas estão hoje sensibilizadas
para o grande potencial que representam
as redes sociais, tendo em conta que é um
meio onde a divulgação pode ser direccionada para os clientes alvo. Contudo,
ainda há muito desconhecimento sobre
as formas correctas de o fazer e as características que devem ter as campanhas de
promoção, marketing ou publicidade.
Estas razões levaram a Escola de Artes, da
Universidade Católica do Porto, a organizar o ‘Merging 2010’, com o objectivo de
debater o fenómeno das redes sociais e as
melhores formas de explorar as suas potencialidades no âmbito das indústrias
criativas. Luís Cordeiro, director da
agência de publicidade digital Bydas –
uma empresa jovem encubada no Campus da Universidade Católica, com quem
partilha a organização do evento – considera que “neste momento todos querem
saber como se fazem negócios no Facebook”, a rede social com maior divulgação. Daí a necessidade de divulgar junto
das empresas a forma como se deve desenvolver e “embalar o produto de forma a
que a mensagem chegue ao cliente certo”. José Cordeiro, director criativo da
Bydas, que reparte com o irmão o projecto empresarial, considera que “as potencialidades são enormes tendo em conta
que, nas redes sociais, a publicidade pode ser altamente segmentada e com margens de erro muito pequenas”.
O facto de nas redes sociais as empresas
não necessitarem de tanto investimento,
para atingir os resultados desejados, leva
a que cada vez mais empresas olhem para
o digital como veículo de divulgação a
não desperdiçar. Luís Cordeiro – que actualmente tem uma interessante carteira
de clientes em Portugal e Espanha – alerta para a necessidade de as empresas
apostarem na qualidade dos conteúdos
que colocam na Internet.
As redes sociais apresentam uma capacidade extraordinária para medir resultados e para fidelizar clientes.
OS ‘DIGITAL IMMIGRANTS’
Pedro Dioniso, professor de marketing do ISCTE, considera que neste momento o mundo está povoado por dois grupos de pessoas. Os ‘digital natives”, aqueles que começaram a aprender a escrever teclando no computador, ou seja, os jovens na casa dos vinte anos, e os ‘digital immigrants’, os outros - em que ele também se inclui - que vão aprendendo com a tecnologia e que são, cada vez mais, pesquisadores e consumidores ‘online’. É por isso que as “empresas estão, cada vez mais, a aprender a juntar as peças e a ver que têm rapidamente que apostar no digital”, adianta. Para além da excelente relação custo/benefício, as redes sociais apresentam uma capacidade extraordinária para medir resultados e para fidelizar clientes. O professor do ISCTE considera que, este ano, vai já verificar-se um crescimento muito grande da publicidade digital. Jordi Bosch, director criativo da Mc Cann Erickon, deixou alguns conselhos à plateia constituída especialmente por jovens estudantes. Na sua opinião, o potencial da indústria criativa é muito grande, contudo os profissionais “devem pensar como funciona a mente do consumidor”.
Acrescenta que os criativos “devem falar,
mas também escutar e não enganar”.
Jordi Bosch alerta para a necessidade de
as marcas apostarem no digital. Contudo,
deixa uma forte critica à publicidade que
passa especialmente na televisão. Os blocos de publicidade na televisão são maus,
porque tentam cativar os consumidores
com mensagens que nem sempre são verdadeiras. “Não gosto da publicidade,
odeio a publicidade e não aguento um
bloco de publicidade na televisão”, acusa.
Por isso, há um largo desafio para os criativos, especialmente quando se pensa em
mensagens direccionadas aos grupos de
consumidores
Já Ricardo Rosado, gestor da Portugal Telecom (PT), defende que, actualmente,
vivemos o paradigma do novo consumidor e as políticas das empresas têm de reflectir esse facto. “Cada vez mais o poder
está do lado dos consumidores e são eles
que estão a influenciar as marcas”, salienta. E a primeira experiência começa
dentro da própria empresa, com os trabalhadores a darem as sugestões.
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