Depois das alterações importantes ao algoritmo da Google, entre 2012 e 2016, relativos à forma como o conteúdo começou a ganhar relevância nos rankings em detrimento do "passing juice" dos links externos (backlinks), temos nos últimos anos voltado a perceber que certos sinais que vão além do content marketing se voltam a manifestar importantes:
- Versão mobile dos websites e lojas online;
- Velocidade de apresentação das páginas;
- Importância dos dados estruturados;
- Rendimento do servidor web
Isto devolve aos
técnicos SEO novamente um papel importante, depois de este ter sido, durante alguns anos, atribuído ao content marketing que com as diretivas de criar conteúdo único e atualizar o conteúdo regularmente, reinaram durante alguns anos e conseguiram tirar todo o partido dos rankings da Google.
O que está agora a acontecer é que a Google não só quer conteúdo bom, mas também o quer servir de forma efetiva: rapidamente e sem constrangimentos técnicos (páginas com erros, etc...)
E é aqui que o papel mais IT do SEO volta ao de cima e começa a dar muitas dores de cabeça aos publishers/merchants que, ou porque não deram o passo para cloud atempadamente, ou porque não tem tirado partido das novas oportunidades tecnológicas.
Servir em mobile de forma efetiva, já não é um problema. Com a tecnologia bootstrap, por exemplo, a atingir um nível de robustez atualmente que permite que os websites, mesmo sem grandes tweaks consigam fornecer um layout minimamente adaptado a mobile. Mas existem muitas outras oportunidades, como a tecnologia
AMP da Google que serve as páginas dos websites em versão mobile de forma muito eficaz.
Claro que não se trata apenas de servir as páginas optimizadas para mobile. É importante servi-las de forma rápida. E hoje é possível quase sem grande esforço, usando um gestor de DNS como a
Cloudflare, tirar partido de um conjunto de soluções de aceleração de páginas web (quer por métodos de cache, quer por compressão) que retiram esforços adicionais ao desenvolvimento do website. Contudo, conseguir mostrar uma página web à velocidade máxima vai sempre requerer muito mais trabalho do que apenas utilizar o Cloudflare.
Por outro lado, os dados estruturados, permitem enriquecer a experiência dos resultados das pesquisas que se nos oferecem nos vários serviços disponíveis (Google, Bing, etc...). Hoje em dia os principais frameworks web (Drupal, wordpress, etc...) estão dotados desta tecnologia, e pouco ou nada há que fazer (a não ser instalar um plugin em alguns casos) para termos disponível esta funcionalidade no nosso site.
E finalmente, o servidor web onde alojamos o nosso website tem hoje muita mais importância do que tinha anteriormente. Sendo que grande dos websites na internet é servida de servidores partilhados sem estarem em sistemas de cloud, a sua performance, em muitos casos, é duvidosa. A principal preocupação é que um determinado website partilha o mesmo IP que outro website que pode estar a praticar alguma atividade menos legítima. Ou pode também acontecer o servidor aguentar o volume de tráfego que o website vai gerando, e vai servindo as páginas web de forma lenta, e em muitos casos, com erros (por não ser capaz de processar todos os pedidos a tempo).
Por último, algumas dúvidas que nos vão chegando:
Será que os backlinks deixaram de realmente ter importância?
Não, claro que não. Os backlinks foram afastados da conversa SEO por algum tempo, porque isso também interessou à Google. Não permitir que as ações de backlinks se fizessem de forma ilegítima, dando mais prioridade a outros sinais como o conteúdo. Contudo, se um website possuir um conjunto de backlinks de qualidade, só esse fator quase que chega para atingir os primeiros lugares.
Devemos ou não seguir à letra o que determinados relatórios nos dizem acerca da performance SEO do nosso website?
Não, claro que não. O Google Search Console e uma estratégia bem definida de SEO copywriting é suficiente para colocar o seu website com boa performance SEO. Se o seu website tem favicon ou não é praticamente irrelevante comparado com os sinais mais importantes que são o conteúdo, a performance e os backlinks.
Devo ter em atenção dos H1, H2 e H3?
O uso de estruturação HTML através de cabeçalhos era a técnica que existia há 20 anos para tentarmos demonstrar ao Google quais as partes mais importantes dos websites. Foi pensado tal como uma folha Word. Hoje em dia, essa estruturação não faz o mínimo sentido, muito porque os websites usam layouts dinâmicos onde muitas vezes nem existe um caso concreto para se poder colocar um cabeçalho, mas também porque os crawlers da Google, hoje em dia, são muito mais evoluídos e conseguem entender quais as zonas dos websites que são mais importantes. Conseguem inclusivé perceber quais os textos que são mais lidos.
E qual a importância dos meta-dados? Continua a ser muito importante?
Sim, é importante. Mas muitas vezes deve ser relativizado. Se queremos ser puristas e colocar todas as páginas com uma meta-descrição e um título único com os caracteres bem contados, podemos fazer isso. Mas na realidade, só interessa termos esses dados bem estruturados para as páginas que queremos realmente colocar nos primeiros lugares das pesquisas. Nem todas as páginas devem entrar nessa "competição".
Em relação à velocidade é importante conseguirmos ter uma taxa de 100% no Google Speed Insights? Como se pode fazer isso?
A forma mais fácil de se conseguir isso é criar uma página html em branco! Claro que não é preciso atingir-se 100% para que um website se considere com uma boa performance. É importante estarmos com uma taxa alta (acima dos 65% seria a minha recomendação), mas em muitos casos estar acima dos 50% pode ser considerado correto. Nestas coisas é preciso colocar sempre o nosso caso em perspetiva. Se o seu website possui muitas imagens e muitas funcionalidades é normal que possa ter mais dificuldades em atingir uma taxa muito alta, mas não quer dizer que realmente seja servido assim tão lento como muitas vezes parece. É preciso entender que muitos desses testes põe à prova exigências que muitos websites não necessitam de ter: como uso de CDN, balanceadores de carga, cache de DNS, etc...